Relatório: Hospital Militar de Nampula

Introdução

O presente relatório constitui o fruto de actividades desenvolvidas em volta da PPGI no Hospital Militar de Nampula, como consequência de observação e análise documental, que foi efectuado por um grupo de estudantes da Universidade Pedagógica de Nampula, do 1˚ano do curso de Psicologia com Habilitações em Psicologia Social e das Organizações.
Neste trabalho tem como objectivo fazer uma observação das infra-estruturas, o meio ambiente e das actividades levadas a cabo, a cada sector, principalmente: Sector de área Administrativa, Clínica e Logística que garante o funcionamento adequado da instituição Sanitária. Para o grupo estas actividades visam a obtenção e o desenvolvimento de conhecimentos, sobre o funcionamento das Empresas, Organizações, Direcções Distritais no tocante da Gestão dos Recursos Humanos, Liderança, Aconselhamento, Comportamento do Consumidor e Marketing. A materialização do trabalho foi em conformidade a uma observação participativa, a pesquisa bibliográfica, análise e estudo documental, entrevista e questionário ao corpo directivo. O trabalho esta estruturado para alem da introdução, capítulos, conclusão, bibliografia e vários anexos que constitui a realidade do Hospital.

Conceito de Práticas em Psicologia

Prática em Psicologia Geral I é uma actividade que faz parte da componente Psicológica, dos cursos de formação dos Psicólogos com Habilitações em Psicologia Social e das Organizações, em formação na Universidade Pedagógica.

Objectivos

O objectivo principal visa a integrar progressivamente o estudante em contextos reais do ensino aprendizagem, proporcionar a aquisição de habilidades e competências que possibilitam a intervenção, investigação e práticas de projectos Psicológicos.
Conceito de Relatório de PPG1

Segundo DIAS Santos, cruz et all (2008:123) o relatório de práticas em Psicologia Geral I, resulta de um trabalho científico destinado a pesquisa de determinada questão Psicológica, relacionada com a prática Organizacional sobre tudo com o estudo de um determinado comportamento nas Organizações Moçambicana.
Através dele, o estudante articula o saber científico como Psicólogo. Assim, ele visa contribuir para a melhoria de qualidade de ensino e aprendizagem.

CAPITULO I
1.Localização Geografica do Hospital Militar de Nampula

O hospital localiza-se no bairro de Muatala, rua n˚2501, faz limite com os pontos cardeais das unidades militares tais como:
Ao Norte-Antigo Quartel-general, actual Academia Militar;
Ao Sul-Paiões de depósito de material;
Ao Este-Batalhão de Engenharia, actual escola militar;
Ao Oeste-Batalhão de reparação (SMO).

1.1.Historial do Hospital Militar de Nampula

 Segundo o Gestor dos Recursos Humanos Abdul Da Fula Issufo, afirma que o Hospital Militar de Nampula surge na iniciativa criada pelo governo Português em 1966, quando teve a preocupação de atender os militares feridos de guerra, que fazia parte do regime colonial e seus familiares. Na tentativa de implantação das obras em 1967 foi localizada uma área de vinte e nove hectares fora da cidade. Nesta área vivia uma família que tinha a sua cabana de construção precária, cujo em redor havia um cemitério familiar. Alguns meses depois do ano de 1967 o governo colonial derrubou as cabanas dessa família residente, arrancando com as obras do Hospital, denominado por Hospital Militar n˚125.
Em 1968 as obras foram concluídas e entra em funcionamento na região militar de Moçambique (RMM), um hospital regional na área de Saúde militar, servindo em cadeia, as províncias do Niassa, Cabo-Delgado, Nampula e Zambézia. Foi um hospital grande, dotado de tudo aquilo que poderia caracterizar a um Hospital Militar, de uma vedação de arame farpado, com amplas áreas enjardinadas e com cadeiras para os doentes se deitarem de baixo de árvores, cujos campos davam alguma sombra. Tinha uma pista de aterragem de Helecopitéros, Direcção, Secretaria, consultas de análises, laboratórios, serviços de sangue, consultas externas, serviços de fisioterapia, banco de socorros, Cirurgia, Cozinha e refeitório, Quartos de oficias e sargentos e futura secção da família militar, bloco operatório e RX, Medicina (Enfermaria Medicina um e dois), Formação, Neuropsiquiatria e Neurologia, Efecto-Contagiosa, Lavandaria, Deposito de Material sanitária, Oficinas e armazéns, Parque de viaturas Auto, Capela, Casa Mortuária um e dois, Radiologia, Cardiologia, Ortopedia, Oftalmologia, Otorino-Larigologia, Urologia, Estomatologia, ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Serviços de internamento e Salas de Reanimação.
O hospital funcionava com o efectivo de 338 homens, cujo 66 civis, 273 militares, entre estes 43 oficiais, 60 sargentos, 70 primeiros-cabos, 80 segundos cabos e 20 praças, que servia da componente fixa do Hospital.

CAPITULO II
1.2. Funcionamento Actual do Hospital Militar

Depois da independência Nacional em 1975, o hospital passou a efectuar o atendimento publico e não deixando priorisar os militares e os seus parentes, em virtude da nova demanda. Assim continua a sustentar o nome de hospital militar de Nampula excluindo-se do n˚125, funcionando com os seguintes sectores: A pequena Cirurgia, Deposito de medicamentos, Farmácias, Serviços de consultas externas e Urgências, Estomatologia, Saúde Materno Infantil, Consultas de Crianças em Risco, TARV e Serviços Administrativos.

1.3. Aspectos Fisicos

O hospital encontra-se em seu estado avançado de degradação dos edifícios, Desde os anos de 1976 ate ameados do ano de 2009 funcionou com um edifício do tipo ‘’E’’ de vista aérea, constituída por quatro blocos interligadas. O hospital funcionou com uma enfermaria localizada na entrada principal. No fim do ano 2009 ouve um concurso de reabilitação das enfermarias, onde se fez a remoção destas, tendo sido abandonado pelo empreiteiro que deixou na pior situação. Este fenómeno também aconteceu com o bloco administrativo de um piso, por esta causa ate agora o hospital passou a funcionar com 45% das actividades hospitalares.


1.4.Descrição do meio ambiente
 
O hospital tem um recinto que configura um rectângulo e o saneamento do meio ambiente desta unidade sanitária é crítico, visto que uma das causas é a insuficiência dos incineradores do lixo de efecto-contagioso, que se encontra espalhado em redor do sistema de reciclagem, criando o perigo a saúde pública. Esta unidade sanitária tem edifícios cobertos de chapas e lusalites, com janelas de redes e vidros, portas de madeiras, o chão é de azulejo e alga massa, possui ar condicionado em todos sectores em funcionamento, passeios, jardim com bancos e arvores, possui um mastro de içar a bandeira Nacional, os passeios estão alcatroados, possui parque de estacionamento de viaturas, tem um campo para jogos, mais não esta a funcionar. O outro aspecto que deixa em risco ambiental é a cozinha, observou-se que as refeições desta unidade sanitária, são condicionadas num local impróprio, que pode interferir nos problemas da saúde dos utentes, visto que é um local aberto inseguro por se encontrar de baixo duma arvore antiga, pondo em risco aos próprios cozinheiros.’’ Observe a imagem nos anexos’’.

1.5.Area de formação

Com a Chegada do novo Gestor dos Recursos Humano, Abdul Da Fula Issufo, criou um mecanismo de formação para o aumento do quadro  pessoal do hospital, na década 2000 recrutando pessoas qualificadas na área de saúde e mobilizando certos funcionários da instituição a aumentar o nível profissional, para garantir o aumento dos quadros nesta instituição, ele teve grande apoio do ICAP em colaboração com o ICSN e a UNILURIO para formação dos quadros da saúde militar.

1.6.Mobiliario e material do gabinete

Geralmente, os gabinetes do bloco de vista E, possui 36 cadeiras, 30 carteiras, 40 janelas, 29 ar condicionados e ventiladores, 10 armários, 01 data show, 07 computadores, 07 impressoras e 01 fotocopiadora.


1.7.Meios de proteção

A unidade sanitária possui uma defesa contra incêndios através de extintores doravante, a guarnição feita pelos militares da componente fixa, a sua vedação é de murro de um metro de altura acrescido de arame farpado.

1.8.Planta geral do hospital militar

A planta sustenta cerca de 15 blocos, dos quais um possui um piso, 10 gabinetes administrativos, 5 gabinetes médicos, um laboratório, uma sala de informática, uma biblioteca, uma sala de enfermeiros, dois centros sociais, 5 armazéns diversos, uma área desportiva, um total de 15 casas de banho.

1.9.Efectivo dos funcionarios

O hospital, tem uma estrutura mista constituída por militares e funcionários civis do Ministério de Defesa. Assim, pelas normas de execução, não é admissível revelar e fornecer os dados estatísticos do contingente militar, contudo, o hospital tem 51 funcionários civis no seu quadro orgânico.

2.Horario de entrada e Saida

O decreto 30/2001 regulamenta que a duração semanal dos trabalhos abrangidos pelo diploma, é de 40 horas distribuídas de 2ª a 6ª feira das 7:30 as 15:30 horas sendo horário único interrompido entre as 12 e as 14 horas, por intervalo de descanso de duração não superior de 30 minutos, e para todos efeitos se considera tempo de trabalho. Os serviços de urgência de um horário especial de trabalho de 24 sobre 24 horas de funcionamento.

CAPITULO III
2.1.As actividades relativas ao Enfermeiro

Como um programa que é um guião do funcionamento de qualquer instituição, o hospital não foge da regra tendo traçado as seguintes normas de trabalho:
1- Organizar os utentes de modo que não aja desordem por meio de senha;
2- Requisitar o material necessário para o sector de tratamento dos pacientes;
3- Abrir fichas;
4- Registar dados no livro em cada utente que atende;
5- Fazer estatística diária, semanal, mensal ou até trimestral dos pacientes atendidos.

2.2.Plano vigente

Para levar a cabo as actividades traçadas nas Normas de Execução Permanente, a direcção desta, tem empreendido esforço de:
-Estabelecer as condições de prestação de serviços, deveres, direitos e disciplina;
-Estudar e propor superiormente as necessidades do pessoal e material;
-Proceder as operações de recrutamento do pessoal civil e militar, para as áreas administrativas, auxiliares e agentes de serviço.
-Controlar os efectivos técnicos e não técnicos;
-Orientar e coordenar as actividades dos agentes da instituição;
-Promover a formação do quadro pessoal em varias especialidades hospitalares.

2.3.Organograma

De forma hierárquica, no topo da orgânica está o director geral, que vela toda instituição, seguido do director clínico, administrador, supervisora de enfermagem responsável pelo controle do funcionamento das actividades hospitalares, chefe do pessoal responsável de todo efectivo militar, chefe das finanças, chefe logístico que vela sobre alimentação e material, chefe da justiça responsável pela disciplina e soluções de problemas internos na instituição, chefe da SIC responsável pelo arquivo de documentação e chefe dos recursos humanos dos funcionários civis.


2.4.Analise de dados documentais

De acordo com PHILIPS, (1994), apud Ludk & Andre (2003:38) são considerados documentos “ quaisquer materiais escritos que possam ser usados como fonte de informação sobre o comportamento humano”.

Para TRAVERS (1964) apud Bell (1997:97), documento é um termo geral para uma impressão deixada por um ser humano no objectivo físico.

Neste capítulo, o grupo teve oportunidade de ler os seguintes documentos:
Normas de Execução Permanente;
Estatuto Geral dos Funcionários do Estado;
Plano semanal de actividades do ano 2013;
Mapas estatísticos;
Circulares;
Estatuto do enfermeiro e;
Escalas de serviço.

Constatações
  Mediante as constatações apela se que:
A direcção do hospital militar de Nampula deve criar mecanismos de melhoramento do sistema de abastecimento de água, para garantir as necessidades vigentes na unidade sanitária;
Condicionar o retorno do funcionamento da antiga cozinha;
Averiguar o saneamento do meio ambiente, visto que, os incineradores encontram se no estado de degradação muito avançada e que pode interferir nos problemas da saúde público;
Reabilitar as enfermarias, para garantir o seu funcionamento normal;
Repor as câmaras da casa morgues, para o funcionamento normal da mortuária.


Conclusão

No final deste trabalho, o pesquisador concluiu que a NEP é uma actividade de carácter interactivo. Para alcançar o sucesso depende de boa vontade dos seus intervenientes na aplicação correcta de todos recursos disponíveis para o efeito. O HMN tem um empenho na parte referente a gestão dos valores culturais, respeito e valorização dos seus funcionários e pacientes. Uma das questões que pós o pesquisador satisfeito é relativo o aumento de números de mulheres funcionários e novos técnicos qualificados em diversas áreas desta unidade sanitária.

Bibliografia
Fontes Orais:

Nome do entrevistado Função que desempenha Local de entrevista
Abdul Da Fula Issufo Gestor dos Recursos Humanos HMN

CRUZ Paula, Manual de Praticas Pedagógica, Maputo, 2008
DIAS, Hildizina e tal. Manual de Praticas Pedagógicas, Maputo, Edição, 2008
SUSSANE, John.Como fazer um Relatório, Lisboa: Lisboa editora, 2000
LAKATOS, Eva Maria e MANCON de Andrade. Metodologia de Trabalho Cientifico, 4ª edição. São Paulo: editoras Atlas, 1999


















                                                                       
                               

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